quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Basquete

Dado o meu desempenho levemente acima da média nos últimos dois basquetes, vou aproveitar para finalmente mencionar o esporte tão amado por mim nesse blog e publicar o vídeo dos dois últimos minutos de um jogo crássico. No caso, o jogo 6 das finais da conferência oeste de 1997. Eu não tenho certeza se vi esse jogo ao vivo, se vi seu compacto no NBA Action daquela semana ou se vi algum resumão num dos primeiros jogos das finais, que alguns jogos dessas finais eu tenho certeza que assisti. Mas o ponto é que esse jogo foi muito foda e é uma das razões pelas quais o Castor há de comprar uma camisa do Stockton pra mim! :D

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A violência que a pessoa média tem contra si própria é comparável à que os que a cercam têm contra ela

Recentemente o Oggro refletiu sobre a violência em PoA. À luz da discussão dele, uma matéria sobre depressão na edição de dezembro do jornal da UFRGS me deixou perplexo. O que há de surpreendente nela é a taxa de suicídio no Rio Grande do Sul: 3,1 a cada 100.000 mulheres e 17 a cada 100.000 homens. Considerando que a população do estado é distribuída conforme o último censo do IBGE, isso significa que temos 9,91 suicídios a cada 100.000 habitantes. A wikipédia discorda da minha conta e alega que a taxa é de 11 a cada 100.000, indo além e informando a taxa de Porto Alegre como sendo 11,9.

Em sua postagem, o Oggro calculou que a taxa de homicídio em PoA é de 17 a cada 100.000 habitantes. E é justamente isso que parece esquisito para mim. Eu sempre considerei PoA um lugar perigoso, mas nunca imaginaria que as chances de um estranho qualquer por aí ser assassinado ou se matar por conta própria fossem tão próximas.

Bom, não pensei o suficiente no assunto para elaborar mais, então era isso. E, sim, o título ficou tosco. Mas não tem graça trocar todos os títulos toscos que se cria. :P

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

E quão arbitrário tudo é?

Ia meramente responder ao comentário do Oggro, mas novamente ficou longo o suficiente pra ser uma postagem. Acho que fanatismo em si é algo tosco. O próprio ALGusto baixou o sarrafo no fanatismo futebolístico recentemente. Mas acho que há duas questões em pauta. A primeira é que, na postagem anterior, eu estava me referindo principalmente à exploração econômica alheia através da religião, ainda que sendo físico e não tendo deixado isso completamente claro possa ter passado outra impressão. Mas era o ponto de vista de quem quer convencer outrém a acreditar em algo e transformar a crença alheia em ganha-pão.

A segunda é questão é justificar a minha posição religiosa. Cada forma de religião, deus, misticismo ou espiritualidade que já me foi apresentada contém inconsistências elementares com o que estudei da natureza. Inconsistências essas que podem ser resolvidas através do clássico "mas pode existir algo que a gente não consiga detectar que resolva/permita isso". Só que elas são tantas que a pergunta inevitável acaba sendo: "e por que mesmo tu acha que é DESSE jeito, e não de qualquer outro?" Aí cada um que sabe e acredita no que quer.

Adventistas não comem carne de porco e a razão para isso, um amigo adventista me disse, é a história da Arca de Noé, na qual Deus libera os homens para que se alimentem da carne de alguns animais e porcos estão excluídos. Por se tratar de algo do Antigo testamento, suponho que se aplique aos judeus também.

Esse exemplo é facilmente transformável em chacota porque vem da história da Arca de Noé. Por outro lado, é um exemplo de coerência, pois eles se prendem rigorosamente a algo que está escrito, que vale pra todos e, suponho eu, seguem. O que é muito mais razoável do que acreditar pessoalmente no que se tem vontade conforme as suas carências e ir liberando por conta própria os vínculos inconvenientes que aparecerem pelo caminho, que é o que a maioria das pessoas faz e a maioria das religiões comporta. Volto com isso ao ponto do Oggro, que a religião existe porque as pessoas são fracas. Mas acrescento que ela se perpetua porque as pessoas são incoerentes e porque quem rege as religiões é flexível o bastante para tolerar a incoerência dos fiéis para manter o benefício econômico proporcionado por estes. Na hora do aperto, a invenção serve pra confortar. Mas na hora que aquilo no que se "acredita" se torna um vínculo limitante, se paga pra ver, reconhecendo a arbitrariedade do troço.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A diferença - o lado religioso

Religião, por outro lado, independe de quaisquer bobagens que tu diga, desde que tu encontre fiéis tapados o suficiente para acreditarem em ti e esteja munido de livros sagrados milenares que te apóiem.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A diferença - o lado acadêmico

Essa postagem é uma resposta ao comentário do TT sobre a postagem anterior. Fez-se o mundo acadêmico, mesmo. A ideia de dizer tudo de forma obscura para se preservar de alguma forma é a academia escrita. Tá assim de gente que publica coisas em artigos e livros deixando da forma mais obscura possível como coisas essenciais foram obtidas. Sem contar com as coisas publicadas que não tem nada obtido, são só xalalá. Com egos inflados em toda a parte, blefes de "é fácil ver que" encontram no meio acadêmico seu terreno mais fértil. Segue um exemplo de meu conhecimento do obscurantismo científico.

Ocorreu nos anos 60, em física matemática. A solução analítica de equações diferenciais parciais, presentes em modelos de tudo o que é tipo de coisa, é normalmente obtida a partir da sua expansão em uma série infinita de funções especiais, para a posterior obtenção dos coeficientes da série através das condições iniciais e de contorno.*

A questão é a seguinte: séries infinitas podem convergir para um valor finito ou não e, se elas divergem, então o modelo físico feito não serve para nada pelo fato óbvio que a previsão dele para qualquer quantidade mensurável seria menos ou mais infinito. Dessa forma, trabalhar com equações diferenciais parciais requer algo além de meramente obter uma expressão para a solução do problema em questão. Envolve provar que a solução converge. Detalhe: a menos que se tratem daquelas séries quase triviais de Cálculo II, provar convergência de séries é uma tarefa dolorosamente ingrata.

E quão dolorosamente ingrata? Bom, o suficiente para que vários cientistas dos anos 60 julgassem ser uma boa política publicar os artigos sem saber se as séries convergiam, torcendo pelo melhor. Claro que o melhor aconteceu: algum matemático com a paciência divina foi lá e estudou a convergência daquelas séries. É. Elas divergem e a porcaria toda de artigos e artigos está errada. Mas eles certamente serviram para as carreiras dos caras que publicaram, visto que por publicações se mede o valor de um cientista.

O meu ponto é que o meio acadêmico possui incentivos financeiros e psicológicos para que as pessoas sejam obscuras. Usei um exemplo de artigos, porque sei que exemplos de sala de aula são algo completamente banalizado. E, o mais importante de tudo, disparado: só falei das exatas, numa sub-áreas na qual há métodos numéricos e analíticos para testar as coisas. Isso significa que os caras que publicaram sem saber sabiam que estavam se expondo ao ridículo. Agora vai me dizer que em cosmologia, teoria de cordas e ciências humanas não tem de ser bem pior...

*Para saber mais sobre esse parágrafo, convide o autor para um café (ou curse Equações Diferenciais no semestre que vem, Matemática Aplicada no seguinte, Física Matemática I depois e, finalmente, Física Matemática III).

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Foi assim

E Montaigne disse: "Ninguém está isento de dizer tolices. O problema é dizê-las muito acuradamente."

E fez-se o mundo acadêmico.

P.S.: Michel de Montaigne, um tiozinhos francês (1533 - 1592), tido como um dos filósofos mais influentes do renascimento.